José Gourmet: conserve este nome

Azeites, conservas e compotas com pinta.
É disto que se trata a José Gourmet.

Adriano Ribeiro é piloto de aviões, Adriano Ribeiro é dono detona marca de produtos gourmet.E não, esta breve apresentação não se trata de uma imitação daqueles anúncios dos anos 90 onde se comparavam detergentes, Adriano Ribeiro é uma e a mesma pessoa. Um piloto decidido a apostarem produtos nacionais, para os quais criou uma linha de design, pouco comum nesta área. E com um nome curioso: José Gourmet. Mesmo não existindo nenhum José na história.

“Esteve para se chamar Tuga, mas achei melhor não”, diz. Mesmo a estranha explicação do nome cai melhor. A fusão entre uma homenagem a José Mourinho, um upgrade do nome Zé —”porque vendemos produtos de qualidade” —,e a possibilidade de alguém comprar um produto porque tem o mesmo nome. Assim nasceu em 2008 a marca que se especializou em azeites, conservas e compotas. Adriano vivia fora do país e “achava que os produtos portugueses tinham pouca importância”, conta Pedro, o filho que também gere o negócio. Falou com um amigo que produzia Queijos de Azeito e pediu-lhe paro fazer um queijo triangular. “Uma ideia inovadora, que vendíamos em caicas de cartão e passou a ser a nossa imagem de marca.” Repetiu a dose com os queijos da Serra, de Serpa e biológico. Mas a curta validade do produto e o facto de não poderem seguir com a moda dos triângulos, obrigaram a empresa a jogar noutros campeonatos.

Entraram então no mercado dos azeites. Arranjaram um bom produtor no Alentejo e, como defendem que os olhos comem primeiro”, foram até Itália à procura de uma fábrica que fazia garrafas de empilhar.”As que se encaixam umas nas outras”, explica Pedro. Nos mesmos moldes, veio o vinagre de vinho branco envelhecido, o azeite de alecrim, o licor de ginja e a aguardente da Lourinhã.

E só mais tarde, como apoio de dois Luíses (o chef Baena e um amigo designer, Luís Mendonça), lançaram a linha de conservas com pinta, da qual todos falam agora. Adriano Ribeiro diz mesmo: “nós é que pusemos as conservas na moda.” Não iríamos tão longe. Mas é verdade (e já aqui o dissemos há pouco tempo), que as conservas hoje já são vistas com outros olhos.

“E um alimento saudável, sem conservantes, com um processo de pasteurização puro”, garantem.  As da José Gourmet são feitas numa fábrica em Matosinhos (a La Gondola) à excepção do atum, que vem dos Açores. “Preocupamo-nos em ter o melhor. Mesmo que as margens de lucro ainda sejam pequenas. Seguimos a política do fair trade [comércio justo].”

Têm sardinhas em azeite extra virgem, polvo em azeite e alho, filetes de truta em escabeche, ventresca de atum ou ovas de sardinha em azeite. Vendem em várias lojas gourmet da cidade w preços que dependem dos próprios comerciantes. “Mas a média é de 2,50€. Cada caixa vem com duas receitas (uma para crianças e outra para adultos), criadas por Luís Baena, “Ele é um experimentador, e está a criar novas conservas.”

Recentemente, lançaram as compotas de limão, de abóbora com noz, cenoura-laranja e pimento vermelho. “Continuamos a apostar no design, nas embalagens de cartão, com textos em várias línguas.” Que, se analisar bem, não são traduções literais. Até ai, Adriano Ribeiro gosta de inovar.