Expresso Especial Conservas Peixe

As melhores sensações trazem memórias

Depois da José Gourmet e da Maria Organic, lançámos agora a Ati Manel. É a nova marca da 100 Mistérios. É uma coleção de conservas com uma atrativa variedade de peixes e mariscos, sardinhas, cavalas, petingas, atuns, lulas, polvo, lingueirão, vieiras, picas e mexilhões. Há dois outros atrativos na Ati Manel: um deles é a relação qualidade-preço, o outro tem a ver com a identidade

A Ati Manel dirige-se a uma maior diversidade de públicos, tenham eles maior ou menor poder de compra, estejam eles muito, pouco ou nada familiarizados com o imaginário que propomos. Neste aspeto, tanto se dirige a quem reencontra este imaginário com nostalgia, como a quem não conviveu com estas referências e as encontra num pequeno museu. Queria fazer desta vez um exercício de cultura visual, ligado à memória coletiva, ao património material e imaterial, ao convívio e diálogo entre gerações

Há um apetite esfomeado pelo que sobreviveu do passado no espaço público. Os turistas adoram fazer fotografias das fachadas das lojas, dos cafés, atraídos pelos sinais dos anos trinta, quarenta, cinquenta, sessenta. Há na publicidade imagens que foram ficando connosco, que se tornaram ícones, protagonistas da história de um século que merecem sempre novas vidas Das caixas de fósforos ao cinema, dos jogos e brinquedos aos combustíveis, dos vinhos licorosos aos automóveis e assim por diante, revisitei aspetos icónicos, procurei subtilezas, apurando, depurando, adaptando. Queria antecipar e reforçar o paladar pelas emoções associadas ao grafismo das embalagens e responder à diversidade e complexidade de sabores e aromas dos produtos, com os aromas e sabores de formas, padrões, escalas, fisionomias tipográficas, cores, matizes, tons, etc.

Não me interessava o revivalismo em si mesmo, as referências têm sessenta, setenta, oitenta anos, mas o design é contemporâneo. Vivemos no século XXI e isto vale para questões estéticas e pragmático. 

Uma embalagem precisa de orquestração, articulando muitos fatores, cumprindo normas que diferem internacionalmente Queria remeter estas embalagens para os tempos áureos da indústria conserveira e não só. Importava associar um conjunto de valores humanos, económicos, gastronómicos, culturais, saberes acumulados pela experiência, pesca artesanal autenticidade dos ingredientes de produção agrícola, histórias de vida - resumindo, queria trazer para o universo das conservas a ideia de terroir com que nos referimos aos vinhos.

Ora, isto só é possível num compromisso com o comércio justo, com a boa relação humana e profissional com fornecedores, com práticas qualificadas e sustentáveis em termos sociais e ambientais. E com exigência nas matérias-primas e nas receitas que chegam à mesa da família. Como diz o Emílio Remelhe, que tem colaborado connosco como opywriter, "o melhor slogan está dentro da lata e a primeira garfada tem a última palavra". Bom apetite para os colecionadores de petiscos.